Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Consultório de Planeamento Familiar

Este consultório tem como objectivo informar, ajudar e orientar os seus utilizadores na área da sexualidade e planeamento familiar.

Consultório de Planeamento Familiar

Este consultório tem como objectivo informar, ajudar e orientar os seus utilizadores na área da sexualidade e planeamento familiar.

Gravidez e consumo de substâncias psicoactivas

20.08.09, APF

Gravidez e consumo de substâncias psicoactivas

 

O consumo de álcool, tabaco e outras drogas, utilizadas para fins terapêuticos ou não, pode estar directamente relacionado com o aumento de complicações durante a gravidez e/ou no desenvolvimento do feto. Embora a placenta filtre as substâncias nocivas que se encontram presentes no sangue da mãe, não tem capacidade de filtrar tudo, podendo assim, surgir problemas no desenvolvimento ou estrutura dos órgãos do feto.  

 

 

 

A ingestão de bebidas alcoólicas na gravidez pode estar associada a um aumento do risco de aborto espontâneo e morte fetal. Pode trazer graves problemas para o desenvolvimento do feto, nomeadamente o Síndrome Alcoólica-fetal caracterizado por malformações no feto, diminuição do peso, cabeça pequena (microcefalia), anomalias faciais, cardíacas e de outros órgãos.

O consumo de álcool não é aconselhado durante a gravidez assim como na amamentação, isto porque, é possível a sua passagem através da placenta e do leite materno para o bebé. Alguns estudos referem que o consumo de álcool é responsável por problemas de aprendizagem, dificuldades da visão, audição e linguagem, redução na memória e irritabilidade e coordenação motora.

O tabaco é composto por vários componentes prejudiciais à saúde, tais como: a nicotina, monóxido de carbono, chumbo, cianeto e cobalto. Neste sentido, o seu consumo pode causar alguns problemas ao feto e à mãe. A nível fetal, a nicotina reduz a passagem de sangue da placenta para o feto, e consequentemente a quantidade de oxigénio e nutrientes, levando a uma diminuição do seu peso. Fumar durante a gravidez não diminui apenas o peso do bebé, também pode provocar abortos espontâneos, gravidez ectópica, parto pré-termo, deslocamento da placenta e complicações antes e após o parto. 

Durante a amamentação, as fumadoras produzem menos leite, devido à diminuição da produção da hormona da amamentação (prolactina). Os bebés têm maior probabilidade de apresentarem sinais de irritabilidade e cólicas.

A cannabis é a droga ilícita mais consumida durante a gravidez. Este consumo não provoca malformações no feto, mas pode provocar alterações no seu crescimento devido aos seus efeitos vasoconstritores. A longo prazo pode provocar dificuldades na aprendizagem e problemas de comportamento na criança. O consumo de cannabis, quando associado ao consumo de álcool e de tabaco, pode potenciar os efeitos nocivos.

No consumo de heroína existem algumas complicações que podem ou não estar relacionadas, tais como: atraso de crescimento intra-uterino, parto pré-termo, morte fetal, síndrome de abstinência do récem-nascido, transmissão de hepatite B, hepatite C e VIH/sida (partilha de seringas e de outros objectos cortantes). No caso de a grávida ser dependente de heroína ou de outro opiáceo, a metadona é a opção mais segura. A administração desta substância, com orientação médica, previne a síndrome de abstinência, tanto na mãe como no bebé.

Devido aos seus efeitos vasoconstritores, a cocaína pode provocar vasoconstrição dos vasos uterinos, perturbar o fornecimento de oxigénio e nutrientes para o feto. O seu consumo está associado a aborto espontâneo, deslocamento da placenta, placenta baixa, parto prematuro, baixo peso ao nascer e malformações fetais. Na grávida, os seus efeitos podem ir desde a hipertensão arterial, a arritmias, enfartes, entre outros.

As anfetaminas são substâncias utilizadas como estimulantes do sistema nervoso central e como redutores do apetite. O seu consumo pode provocar no feto anomalias cardíacas, fenda labial e malformações nos membros.

O consumo de substâncias psicoactivas (usualmente designadas como drogas) sejam estas legais ou ilegais, implicam diversos riscos que não são totalmente previsíveis, devido às diferenças físicas e psicológicas existentes entre as pessoas. Assim, quando uma pessoa consome drogas pode perder o controle sobre os seus desejos e não ter a percepção dos riscos que corre. Uma gravidez pode ser um incentivo, uma motivação, uma força para que a mulher deixe os consumos e procure ajuda/apoio e orientação para resolver este problema.

 

2 comentários

Comentar post